Não importava quantas colheres de açúcar colocasse no café, ele continuaria amargo. Talvez o problema não fosse o café ou o açúcar, talvez o problema não fosse seu time ter perdido ou o preço da carteira de cigarro ter aumentado. Talvez o problema fosse consigo.
Dizem que o tempo coloca tudo em seu devido lugar. Jamais acreditou nisso, a única coisa que o tempo coloca são cabelos brancos em sua cabeça.
Abria a parte de política do jornal e já não se importava mais com isso. O pó de seus livros velhos ainda o acompanhava, mas já não valia a pena continuar apaixonado por ideologias antigas, utopias que não passam de utopias.
Observar o mundo através de uma caixa de imagens era entediante, embriagar-se com aguardente já era banal. Não sentia mais prazer ao ter o calor de outro corpo em seus braços. Respirar continuava cada vez mais doloroso.
A chuva fina batia na janela de vidro do seu quarto. Seu despertador tocava.
Hora de acordar.
Hora de viver mais um dia.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Doce desespero.
A cidade está morta; e como um peso morto ela me cansa. As pessoas me saturam, trazem suas complicações e contaminam o meu mundo. Um mundo já tão contaminado com meus medos, minhas inseguranças, minhas angústias. Hoje estou bem, amanhã posso explodir.
Quero me isolar de tudo e de todos. Nem que por alguns minutos quero me isolar da mesmice cotidiana, do tédio que consome o meu dia-a-dia, minha juventude, meus conceitos. Quero fugir para a solidão acompanhado da minha loucura.
Certa vez uma cigana leu a minha mão, disse que eu morreria cedo. Acendi um cigarro e esperei a morte chegar.
(Ainda espero.)
Quero me isolar de tudo e de todos. Nem que por alguns minutos quero me isolar da mesmice cotidiana, do tédio que consome o meu dia-a-dia, minha juventude, meus conceitos. Quero fugir para a solidão acompanhado da minha loucura.
Certa vez uma cigana leu a minha mão, disse que eu morreria cedo. Acendi um cigarro e esperei a morte chegar.
(Ainda espero.)
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