quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pensamentos Alheios

De repente é começo de tarde, aquela chuvinha gostosa e aquele friozinho preguiçoso. O cheiro das ruas molhadas, as pessoas procurando abrigo onde possam ficar secas. O ponto alto do dia, talvez da semana.

Colocamos o Carpe Diem no liquidificador junto com álcool, sexo e o final de semana. Engulimos tudo sem nem ao menos sentir o gosto.

As pessoas não querem ficar velhas, mas querem que a semana passe logo para que o final de semana chegue e logo em seguida reclamam que o ano está passando rápido demais, já estamos perto de maio e que do carnaval para a semana santa foi um pulo.

Nos acostumamos a ver o mundo e a não observá-lo. Caminhos automático, casa-escola-casa ou casa-trabalho-casa. Cruzamos com as mesmas pessoas no ônibus quase todos os dias, quase que religiosamente, lembramos seus rostos mas sequer nos perguntamos seus nomes. "Apenas mais um na multidão". Vemos o mundo por nossos olhos e jamais imaginamos como seria ver o mundo pelos olhos de outra pessoa.

Vamos supor que sua vida seja um filme. O estranho, colega de ônibus, não passa de um figurante, que não consome mais que alguns curtos instantes. Geralmente são insignificantes para a sua história, apenas estranhos.

Esquecemos apenas que nós somos os insignificantes para a história deles.

domingo, 24 de abril de 2011

Matrix

A cada dia, a cada hora, a cada minuto que passa me sinto cada vez mais dentro da Matrix. Sinto estar seguindo o Coelho Branco, prestes a tomar a pílula vermelha. Mas eis a questão: é possível ser feliz conhecendo a própria insignificância perante o Universo, longe de bugigangas do dia-a-dia que a mídia nos empurra goela abaixo que temos que comprar?

Sabemos que há algo lá fora. Não sabemos o quê. Simplesmente podemos sentir que tem uma coisa estranha no mundo. Não falo do Aquecimento Global ou da criminalidade aumentando cada vez mais, a violência faz parte da natureza do ser humano. Falo de outra coisa. Quando olhamos os livros de biologia e de história, quando olhamos pela janela do quarto. Quando vemos algo todo dia isso acaba se tornando tão banal que não prestamos atenção.

Há uma caverna e há as sombras do mundo exterior dentro dela. Mas eu te pergunto... e daí? Fique onde está. Ignorância é a mais absoluta forma de felicidade. Não falo para ofender, mas fique com a pílula azul, no fim todos vamos morrer, mais dia ou menos dia, isso é inevitável. Torne os momentos antecedentes à morte suportáveis, beba, drinque, engula sua hipocrisia. Ser feliz é o que importa.

Nada pior que reconhecer que você não passa de um nada, que o mundo não passa de porra nenhuma, que, como já diria o Dr. Manhattan, a Terra poderia acabar agora que o Universo não sentiria falta.

Um conselho? Não pense. Apenas encha sua vida com porcarias inúteis e fúteis para que, quando for apenas um moribundo, possa dizer: "pelo menos eu curti".

Mas nada pior que uma noite de insônia, quando você observa o teto do seu quarto e começa a pensar. E pensa. E pensa. E pensa. E pensa. Maldito seja o pensar. De repente você tem noção de que tudo não passa de distração enquanto espera-se a morte. Você percebe que os dogmas da Igreja são mentirosos, que Deus não existe, que certo e errado são altamente relativos. E pensa mais. E pensa mais e mais e mais.

E pensando percebe que não há "sentido da vida", que somos obra do mero acaso, que simplesmente evoluímos até aqui. Eis o magnífico Homo Sapiens!

E você continua pensando. E pensando descobre que a vida não se resume em ter o nome de um cara no elástico da tua cueca. Que a sociedade nos fabrica como a merda ambulante prestes a consumir e consumir e consumir e consumir e consumir. Foda-se Max Steel, foda-se Calvin Klein!

Faça um favor a si mesmo e engula a maldita pílula azul. Não adianta chorar pelo leite derramado, muito menos acreditar em Papai Noel apenas para ganhar presente de Natal no fim do ano.

Enquanto isso, continuo pensando e pensando e pensando e escrevendo e escrevendo e escrevendo...

"Empanturro-me de todas as drogas da solidão; as do mundo foram fracas demais para me fazer esquecê-lo." - Cioran

sábado, 23 de abril de 2011

Hipocrisia, amiga conhecida...

Tenho uma teoria: de que todo ser humano é hipócrita. Uns mais que os outros, óbvio. Agora, puta que merda, tem gente que exagera nisso!

Outro dia, lá estava eu, lindo e feliz acessando meu facebook, quando vejo algo no mural de uma menina, tipo "cole isso no seu mural em respeito às vítimas de câncer e blá-blá-blá". Não vou nem tão longe... e quanto às pessoas que colocaram uma flor no subnick do msn por causa das vítimas de Realengo?

Bem, não é que eu seja uma pessoa fria, mas simplesmente não consigo forçar esse tipo de coisa, sabe? Essa galera que não se importa, mas se acha moralmente obrigada a expressar que lamenta uma tragédia me dá certo tipo de náusea.

A pior das "hipocrisias virtuais", porém, é quando aquela patricinha que se diz católica - que é bem rodada, por sinal - posta no orkut uma foto de crianças subnutridas da Etiópia passando fome e coloca como legenda: "enquanto você faz dieta para emagrecer, eles não tem o que comer". Essa, sem dúvida, é a pior hipocrisia.

Algo que acho bem ridículo também é quando um cristão quer te forçar a participar de correntes por orkut/twitter, dizendo que todo mundo da RT em piadas mas ninguém o faz quando é a "palavra de Deus". Cara, eu sou ateu, não sinto obrigação nenhuma de repassar mensagens que não acredito. Aliás, a vontade que me dá é de trollar, mas enfim, sou um rapaz educado.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pedro Sombra, prazer.

Quando alguém nos pergunta o que fazemos da vida, geralmente temos uma resposta pronta, automática. Eu tenho algumas, por exemplo: "sou estudante", "vou à escola, mas só pelo ar condicionado", ou, uma das minhas preferidas, "estudo, mas sou blogueiro!". Bem, quanto a esta última, definitivamente, sou um blogueiro. Talvez isso explique o fato deste ser meu vigésimo blog.

A diferença desse para os demais, além de título, layout etc, é o tema: altamente pessoal. Simplesmente o fantástico mundo de Pedro Sombra.

Sombra é um nome incomum, confesso. Quando preencho fichas, perguntam se é meu nome mesmo ou se é apenas um apelido. Não, meu caro companheiro, é meu nome mesmo. Sombrinha para os íntimos. Uma vez até disseram que eu devia ter uma família bem sombria. Sorri por educação, trocadilho mais sem graça. Não que eu fique puto por bobagens, mas é que foi sem graça mesmo. Aliás, sei nem por que comentei isso.

Ok, estou escrevendo esse texto avulso só para "inaugurar" o blog, mas pelo menos você pode ir conhecendo um pouco do ilustre autor (eu) antes de nunca mais voltar. Tenho 18 anos, faço pré-vestibular e sou fortalezense, nordestino com muito orgulho, macho véi!

Geralmente, quando me perguntam o que quero ser, digo jornalismo. É uma dessas respostas prontas. Mas, como em qualquer pessoa que faça o terceiro anos, eis-me aqui em dúvida. Jornalismo ou Ciências Sociais? Escrever num jornal ou dar aula? Não me imagino como professor, sei lá, sou tão lost em sala de aula, durmo na maioria das vezes. Não, nem sou nem nunca fui um aluno exemplar.

Comida preferida? Sushi, talvez um prato lá do Côco Bambu que me esqueci o nome. Bebida preferida? Com certeza é cerveja, Stella Artois, de preferência. Filme preferido? Difícil, essa... curto muito os filmes do Tarantino, mas se eu fosse ter que escolher algum, assim como todo pseudo-cult da atualidade, escolheria Fight Club (minha atual fase baseia-se em: "ter o nome de um cara no elástico da cueca não é tudo na vida"). Música? Curto muito Chico Buarque, Engenheiros do Hawaii, Abbey Road dos Beatles, um sambinha de roda e se bobear até um pagodezinho para descontrair. Visão política? Bem, sou de esquerda, gosto muito do PT apesar do enorme preconceito de algumas mentes que pegam emprestado a opinião do Reinaldo Azevedo e cia. Já quando se trata de futebol, apesar das dificuldades, tem nem o que questionar: Fortaleza Esporte Clube, minha única paixão!

E só não falo sobre religião porque enfim, né, meu povo? Cada um tem a sua.