quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

¡Viva la Revolución!

Hoje eu acordei meio revolucionário, sei lá. De repente lembrei que sou jovem e é de minha natureza ter essa chama na alma que clama por justiça, a sede de aventura e a paixão pela revolução.

Às vezes me pergunto se nasci na época errada, talvez no lugar errado. Imagino-me ao lado de Fidel e Che Guevara tomando o poder de Havana, mas aí me lembro que detesto calor e mosquitos. E guerrilheiros deviam feder demais, meses sem tomar banho.

Vou confessar que gosto dos luxos do capitalismo. Todo jovem revolucionário do século XXI detesta Coca-Cola, McDonalds e Nike, mas idolatra a Apple e o finado Steve Jobs. Dentre tantas marcas que representam tão bem o "demônio" do capitalismo, a Apple não está incluída. O que é irônico, diga-se de passagem.

Imagino o que se passava na cabeça daquela galera que lutou no Araguaia. Já tive a oportunidade de conhecer um dos ex-guerrilheiros, mas não me atrevi a perguntas, não passou de um aperto de mão e só. É muito romântico da minha parte dizer que a aventura me fascinaria, soaria mais como algo dito em filmes de Hollywood. Convenhamos, deveria ser no mínimo apaixonante lutar contra o governo. Mas cá entre nós, ser torturado, apanhar, morrer com um tiro nas costas, isso não me parece tão agradável.

Por vezes pego-me pensando no que realmente atraída aqueles jovens para a guerrilha, a paixão pelos ideais ou o simples prazer de ser do contra, tão comum em tantos jovens.

Hoje a democracia está aí, bem como a liberdade de expressão. Não temos muito pelo que lutar, nada tão grandioso como lutar contra a ditadura. Os jovens da década de 60 e 70 protestaram contra os militares, hoje protestam pela legalização da maconha. Não que eu seja contra, mas analisa só o contraste. Não tô dizendo que não é importante lutar pelo que se acredita, mas hoje está bem melhor que antigamente. E isso é muito bom, mas o excesso de liberdade pode alienar as pessoas.

Em Cuba, há uma educação de qualidade e não se morre de fome, é um fato. Possui uma das medicinas mais avançadas do mundo e o povo morre de gripe. É um fato também que há uma ditadura lá, que não há liberdade. No Brasil temos liberdade e, apesar de estar muito melhor que 10, 15 anos atrás, ainda há gente morrendo de fome e pessoas que não sabem ler o próprio nome, sem falar do péssimo ensino público e a enorme desigualdade social.

Não há mais brigas de classes, há subordinações e cooperação mútua. A classe trabalhadora e alienada está grudada na televisão e jamais se revoltará contra seus opressores. Panem et circenses. A questão é que não há motivos para a classe operária brigar, há greves e reajustes salariais. Hoje a classe média baixa viaja de avião e usa roupas caras.

Ainda há muita coisa errada, mas já esteve bem pior. Quando se acha uma política perfeita para ser aplicada, sempre haverá alguém para discordar. Não importa se anarquista ou conservador. Uma política que supre as necessidades e não dá liberdade ou que dá liberdade e não supre a necessidade de todos? É uma escolha difícil. Todo revolucionário quer estar no poder e nenhum reacionário quer estar na classe trabalhadora.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Idéias aleatórias.

Não foi Nietzsche, mas o bom senso quem matou Deus.

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O que você chama de Deus, de Demônio, eu chamo de acaso.

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O ser humano é incapaz de compreender e aceitar a própria insignificância perante o universo. Por isso cria os deuses, as religiões e a vida após a morte. No fim das contas, a eternidade é tão perturbadora quanto o simples e complexo nada.

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O ônus da prova cabe a quem afirma. Não é necessário um motivo para não acreditar em Deus, e sim uma evidência para acreditar.

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A religião, apesar de absurda, acaba por ser necessária: é uma das tantas formas de controlar as massas mais ignorantes.

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Ateísmo não é escolha, é descoberta.

Se uma pessoa é boa durante a vida, obedece as vontades do Senhor e não comete pecados, vai para o Céu no fim da vida.

Se uma criança se comporta durante o anos, faz seus deveres da escola e se alimenta direito, ganhará seu presente no fim do ano.

Acreditar em Papai Noel acaba por ser algo tão absurdo quanto acreditar em Deus (qualquer deus). A generosidade cristã, no fim das contas, não passa do egoísmo de salvar a própria alma do inferno.

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Independente de credo, raça ou classe social, o ser humano sempre compartilhará o ar, a morte e um pouco de hipocrisia.

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Comunismo é paixão. Quando jovens, desejamos mudar o mundo, até que finalmente nos deparamos com a conta para pagar no final do mês.

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O analfabeto político dá lugar ao oportunista político e ao ignorante político. O primeiro não odeia política, mas aproveita-se dela. O segundo é simplesmente usado sem saber o que está acontecendo, ou pelo menos acha que sabe. Assim nasce a direita conservadora e a esquerda falsa.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cabaré

As pedras de gelo derretiam no uísque e a fumaça de cigarro se desfazia no ar. Observava o fundo do próprio copo, enquanto sentia o cheiro de suor e álcool ao redor.

Homens bêbados riam alto, mulheres semi-nuas serviam bebidas e o próprio corpo. A música não era proporcionada por um pianista, mas por algumas caixas de som tocando os últimos sucessos da banda Calypso.

As mulheres exalavam a perfume barato e vodka. A manhã já batia à porta do cabaré e alguns poucos raios de sol ousavam aparecer.

domingo, 30 de outubro de 2011

Pobre Eduardo.

Mal se aguentava de pé. O ponteiro do relógio indicava duas da madrugada e seu hálito indicava algumas cervejas além da conta.

Observava o próprio reflexo no espelho do elevador, parecia subir em câmera lenta. A grande caixa de metal não parava de girar, mais parecia algum desses faraônicos brinquedos de parque de diversão, sentiu alívio quando a porta abriu e finalmente estava no 16º andar.

Passou uns dez minutos tateando o próprio corpo à procura da chave da porta e outros dez minutos para, enfim, metê-la na fechadura.

Tinha seus passos leves, não queria acordar seus pais. Estava bêbado, fedendo a cigarro e com o vestibular batendo à porta no dia seguinte. Eduardo era um desses alunos que o colégio investe para exibir sua foto em outdoors pela cidade estampando o primeiro lugar de medicina na federal.

Mas Eduardo, preparado para sacrifícios, tomou a única atitude que é necessária para ser considerado um homem de verdade: levou um belo pé na bunda e, como o homem que é, havia passado a noite da véspera do vestibular bebendo numa esquina qualquer e chorando suas lágrimas no ombro do vendedor de espetinho que mal o escutava.

Juliana era seu nome. Branquinha, de cabelos ruivos e algumas sardas no rosto. Baixinha, parecia meio frágil, era dessas que gostava de rock, esmalte preto nas unhas e piercing no nariz, mas sem deixar sua delicadeza e meiguice de lado. Ela assistia anime mas não perdia um capítulo da novela das oito. Eduardo estava apaixonado, simples assim. E ela parecia perfeita.

Pois bem, na visão de Eduardo ele não seria capaz de se apaixonar por qualquer uma, não mesmo! Tinha que ser uma menina única e especial, tinha que ter algo que ele simplesmente não sabia explicar. Adorava ouví-la, fosse defendendo as idéias de Lênin ou falando sobre o último episódio de Gossip Girl. Sentia-se burro perto dela, ela era tão bonita, tão inteligente, tão... tão... tão alternativa!

Ela era dessas garotas que sabem como cativar, mesmo sem querer. É simpática por natureza e incrivelmente linda, que tem opinião sobre tudo e sabe como argumentar. Ela parecia tão especial, e ele tão comum. Eduardo imaginava o que ela havia visto para permitir uma troca de salivas tão ardente.

E tudo parecia às mil maravilhas. Estava tudo perfeito. Até que certo dia Juliana simplesmente o trocou por um desses ratos de academia com um réptil na camisa e um carro de R$ 40 mil com um som no porta-malas tocando os sucessos do carnaval da Bahia de 2010.

A moral da história? Não importa o quanto ela pareça inteligente, esperta e diferente de todas as outras, no fim, você vai saber que não é mais burro que ela, que ela fala merda pra caralho e que ainda é igual a todas as outras mulheres.

E o pobre Eduardo? O futuro médico prometido a encontrar a cura do câncer? Foi fazer o vestibular de ressaca e acabou vomitando no cartão-resposta.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Platonismo.

Colecionava algumas pontas de cigarro no cinzeiro de vidro enquanto esperava. Paciência não era uma de suas virtudes, mas naquele caso não tinha outra opção. Chegara dez minutos antes do combinado e já esperava há quase uma hora.

Quando viu a bela moça de cabelos ondulados entrar pela porta do café sentiu um misto de alívio e uma pitada de raiva pela espera. Esboçou um sorriso amarelo e levantou-se para cumprimentá-la com um beijo no rosto. Puxou a cadeira para ela sentar e sentou em seguida.

Ela se desculpava pelo atraso, inventou uma desculpa que estava no trânsito e pediu um cigarro. Paulo pegou seu maço do bolso da camisa e tirou um, já estavam nos últimos. Observou-a colocar o cigarro nos lábios vermelhos e suas delicadas mãos acenderem o isqueiro Bic. Renata deu uma tragada e soltou a fumaça pelas narinas - ela sempre fazia isso na primeira tragada.

Quando Renata finalmente terminou o cigarro, Paulo deu a idéia de dar uma volta a pé pelas redondezas. Não que ela estivesse com vontade de andar, mas sentia-se um pouco culpada pelo tempo que o fizera esperar. Sorriu e disse que era uma grande idéia. Ambos andavam pela calçada, era um dia de sol e o vento quente lhes acariciava o rosto.

Paulo caminhava com as mãos enfiadas nos bolsos, observando algumas folhas caídas no chão. Lembrou-se de seus tempos de menino, gostava de pisar em folhas secas para ouvir o som delas estalando. Foi mais ou menos nessa época que conhecera Renata. Ela, uma menina de pernas finas e cabelo assanhado, sempre brincando com os meninos da vizinhança, hoje uma mulher bonita e desejada.

A conhecia melhor que ninguém, sabia de seus medos, suas dúvidas e suas fraquezas. Em sua juventude, havia sido apaixonado por ela, agora restavam apenas alguns resquícios de amor junto ao desejo de sua pele. Uma amizade que, para ele, era cada vez mais necessária, enquanto que para ela, tornava-se a cada dia um fardo, uma obrigação. Ele simplesmente fingia não ver isso. Gostava de pelo menos estar ao lado dela.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fim.

Aquela briga tinha sido das feias, uma das maiores que a gente teve em quatro anos de namoro. Eu nem sequer me lembrava como tinha começado, mas de repente tudo o que tava na garganta resolveu sair de uma vez, tudo que tava entalado, tudo no cotidiano que nos incomodava mas ignorávamos para manter o bom convívio.

Agora Renata estava no banheiro, aos prantos. Foram bons minutos de gritaria. Eu estava na cozinha tomando um copo d'água com a bochecha ainda queimando do tapa que ela havia me dado. Geralmente quando se começa uma briga assim a gente tem a impressão de que vai tudo acabar bem, com uma reconciliação na cama e declarações de filmes românticos, desses que já estamos cansados de ver.

Mas dessa vez a coisa parecia séria. Ela passou quase uma hora no banheiro até parar de soluçar e sair de uma vez, indo direto ao quarto e tirando as coisas dela do guarda-roupa. Fiquei encostado na porta, de braços cruzados, apenas observando-a. Ficamos em silêncio. E eu soube que tudo havia acabado quando ela tirou o Álbum Branco dos Beatles que estava no meu porta-CDs.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dona Maria.

E lá estava dona Maria pendurando as roupas da patroa no varal. E lá ia dona Maria terminar de fazer o almoço. E depois do almoço lá estava dona Maria lavando a louça. E lá ia dona Maria, e lá voltava dona Maria, pra lá e pra cá.

A vida foi dura como é para tantos, mais uma no meio da multidão. Dona Maria tinha o sonho de virar cantora, hoje tinha o sonho de trocar a geladeira.

Perguntava-se onde tinha errado no caminho. Acontece que a gente pensa no amanhã e de repente se passaram vinte anos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A grande questão.

Senhoras e senhores, que rufem os tambores! Por favor, gostaria pedir um pouco a atenção de todos para o picadeiro deste humilde blog sem fins lucrativos! O maravilhoso espetáculo está para começar. Uma pergunta feita a tantas pessoas, que possuem tantas respostas diferentes! Pontos de vista que se chocam, opiniões capazes de mudar uma maneira de pensar. O questionamento que, pelo menos uma vez na vida, já nos fizemos, e procuramos incessantemente uma resposta que caiba em nosso estilo de vida, quiçá no senso comum. A questão filosófica atemporal que, desencadeando uma série de outras perguntas, move a razão da existência do homem e do mundo como o conhecemos: o que é a vida?

Faça o seguinte, responda a pergunta em silêncio, demore uns três minutos e finja que está num programa de televisão, que você quer parecer inteligente e se sinta um filósofo prestes a mudar o conceito de razão, por mais clichê que seja a resposta.

Alguém pode dizer que a vida é uma incessante aventura da qual jamais sairemos vivos, (beleza, Bob!), ou que é algo para ser aproveitada até o último suspiro! Carpe Diem, meus amigos! Ou que a vida não passa de samba, que é bonita e é bonita!

Em minha mera opinião, a vida representa uma palavra. Simplesmente isso, uma palavra que define nosso breve momento de existência. Viemos do nada e ao nada voltaremos. Nada este que não somos capazes de imaginar ou compreender, muito menos aceitá-lo como destino. Somos parte de um ciclo natural do qual não conhecemos, procuramos respostas e perdemos noites de sono. Isso até lembrarmos da conta para pagar no fim do mês.

No mais, que desça a cortina.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

E o tempo passa.

A pior sensação do mundo é quando você sente imensa necessidade de chorar, quando no fim do dia a saudade te acerta no estômago e te derruba de jeito, você desaba, mas simplesmente não há mais lágrimas.

É quando você simplesmente se acostuma com a dor, se acostuma com a ausência, com a falta do abraço e mesmo das brigas. Do riso, das brincadeiras, dos momentos sérios. E de repente uma vida inteira de convivência acaba se resumindo a poucas lembranças, que dia a dia vão se tornando cada vez mais distantes.

Você já não sente a mesma coisa quando escuta aquela música ou mesmo quando vê aquela foto. Depois de três anos aquele espaço vazio já se tornou um cômodo que passa despercebido pelos olhos. Mas ainda assim, você sente falta.

A falta da barba rala quando o abraçava, do cheiro de cigarros dos seus cabelos ou quando ele simplesmente pedia um abraço no fim do dia.

Só lamento que, se algum dia eu tiver filhos, eles não terão conhecido a pessoa fantástica que o avô deles foi.

sábado, 17 de setembro de 2011

Medo

Durmo. Sonho contigo e acordo com a realidade. A solidão que me acompanha na minha jornada em busca pela infelicidade não facultativa.

Ao me aproximar, prendo a respiração. Minha boca fica seca e muda, muda pelo medo que não se mede, mas pelo medo de mudar o meu mundo, a minha dor. Medo do futuro e medo que o futuro chegue.

Medo. O pior medo que se tem. Não é o medo do escuro nem o medo de monstros debaixo da cama, é o medo de ficar eternamente no escuro com o monstro do arrependimento, sem ninguém em minha cama. O medo de te beijar e o medo de não te beijar, juntos pelo medo de te perder.

Medo. O medo do vício de amores comprados para abafar meu lamento, afagado em seios desnudos e baratos.

Medo. O medo do fim da noite, quando se tem que dormir e encarar o teto do quarto. O medo de lembranças e de arrependimentos, coisas que fiz e que deixei de fazer. O medo de me arrepender de novo. O medo de decepcionar. O medo de ser decepcionado. O medo de viver sem prazer. O medo de viver sem te ter. O medo de estar vivo sem viver.


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Texto lapidado, originalmente escrito em janeiro de 2011.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Juventude.

Deitado sobre a grama muito verde, aquele jovem de 15 anos mantinha a cabeça confotável apoiada no antebraço, tragando um cigarro enquanto observava as formas das nuvens no céu.

A vida parecia irreal, um paraíso, perfeita. Não podia ser explicada em palavras. Aquele sorriso não saia dos seus lábios, o cheiro do cabelo loiro ainda estava em suas narinas. Parecia que havia corrido uma maratona, sentia-se cansado, mas relaxado. Não havia muito sol, até poderia dormir ali. O gosto do corpo dela ainda em sua boca, era como se ainda estivesse sentindo seu toque.

Passava a mão no rosto, procurando alguma barba, não havia nada, mas sentia-se homem. Talvez fossem os cigarros que roubara do pai, talvez o corpo magro da vizinha viúva, talvez porque já não brincasse mais com seus carros de brinquedo, era apenas aquela sensação de maturidade.

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Texto postando também em agosto, porém de 2009. Gosto muito dele,
pois traduz bem o que eu sentia à época, apesar de hoje ver o quanto eu
era inconscientemente imaturo. Acho que é uma fase que nós, homens,
sempre passamos ao termos novas descobertas, novas experiências.

domingo, 4 de setembro de 2011

Natasha

Quando Ana chegou em casa o dia estava quase amanhecendo. Havia sido uma noite muito difícil. Maquilagem borrada, cheiro de suor, cabelo despenteado, um olho roxo e alguns hematomas na coxa.

Morava num pequeno apartamento de dois quartos. Três andares. Morava no segundo. Subiu as escadas, rodou a chave silenciosamente, abriu a porta e entrou com seus passos leves no apartamento. Não queria fazer barulho. Notou o pequeno e franzino Guilherme, em seus 6 anos de idade, dormindo no sofá em frente à minúscula televisão. Sentiu certa pena do coitado, deveria ter dormido muito tarde esperando a mãe voltar. Deixaria o coitado faltar aula naquele dia.

Foi ao banheiro, trancou a porta e acendeu a luz. Lavou o rosto e observou no espelho a maquilagem desmanchar-se no rosto em direção à pia. Era bonita. Se não fossem os golpes da vida, seria linda. Mais um dia de trabalho. O olho roxo ficaria pior quando acordasse, problema com cliente. Jogou o chiclete fora, sentou-se no vaso sanitário e urinou. Não agüentava mais aquela vida.

Quando entrou no box do banheiro, deixou a água escorrer por todo o seu corpo. Não estava ferida apenas fisicamente, mas emocionalmente. Demorava no banho, como se estivesse lavando toda a sua vida, uma borracha no passado e em todas as besteiras que fez.

Aos 17 anos tudo o que queria era aproveitar a vida ao máximo. Já estava para completar 30. Estava colhendo tudo aquilo que havia plantado. Todos os seus passos não pensados a levaram exatamente onde estava. Enquanto o mundo acabava ela simplesmente dançava.

Quando Guilherme nasceu ela não sabia quem era o pai. Mas precisaria criar seu filho.

Seu corpo, como uma mercadoria usada, já não valia tanto quanto antigamente. O prazer gerou o vício, o vício gerou um fruto, tudo então virou dor. Mas amava seu filho acima de tudo. Estava viva apenas por causa dele. Lamentava isso.

Ana Paula queria morrer, sair daquela vida, entregar-se de vez. Desistir. Era seu desejo, se morresse estaria satisfeita. Mas não podia. Não enquanto tivesse um filho para cuidar.

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Texto originalmente escrito em agosto de 2010.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Raiva.

Às vezes eu sinto raiva.

Digo, não necessariamente de alguém, mas apenas raiva. Não é da situação nem de nada, apenas raiva. Sei lá, às vezes acho que é bom sentir isso. E nada mais frustrante que alguém tirar sua raiva, te fazer rir quando você apenas quer esganar a primeira pessoa que passar pela frente.

É esquisito, né? Eu só quero ficar quieto e esfriar a cabeça. Ficar só e pensar na vida. Curtir o silêncio, contemplar o nada. Passar a mão no rosto e ficar de dentes cerrados até o maxilar começar a doer. Uns dois ou três socos na parede. E que não me coloquem música alguma, senão crio imediatamente ódio mortal pelo cantor pelo resto da minha vida!

Por favor, não pense que sou um louco que sai descontrolado pela rua. Se tem coisa que detesto é quem faz showzinho, e, mais ainda, pessoas que gritam. E tem gente que simplesmente gosta de gritar. Gosta de chamar atenção. Sente um prazer absoluto em ser inconveniente.

Se sinto raiva, apenas fico no meu canto. Não vou descontar em ninguém, só peço que me deixem em paz. É pedir muito?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Luiz, Roberta e o Destino.

Luiz viu Roberta pela última vez naquela noite. Sabia que o que tinha sido jamais voltaria a ser. Enfiou as mãos no bolso e engoliu a seco. Foda-se, pensou.

Deu as costas para ela e para o bar cheio, para os bons momentos que tiveram juntos e a cerveja esquentando sobre a mesa. Era quarta-feira, dia de jogo. Estava cagando para o resultado do futebol. Por um momento sentiu vontade de deixar escapar uma lágrima, mas era homem, ora bolas, homens não choram. Estava muito melhor sem ela agora. Pelo menos era o que procurava pensar.

Pensou em olhar para trás, mas não queria parecer um fraco. Ela que corresse aos seus pés implorando perdão e talvez - e somente talvez - a aceitasse de volta. Não aconteceu. Era simplesmente aquele típico orgulho infantil masculino.

E pelos próximos três meses Luiz sairá de quinta a domingo, beberá e dormirá com qualquer mulher que lhe dê chances. Isso até perceber que amores fáceis não se comparam ao de Roberta, correrá atrás dela desesperado por uma nova chance.

E quanto a Roberta, que também sofrerá por um tempo, o achará apenas um chato que não larga do seu pé.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Que tal usar a imaginação?

Imagine o Universo, em sua eternidade.
Imagine os primórdios da Terra, o primeiro ser vivo, menos complexo que uma bactéria.
Imagine os dinossauros andando pela Terra.
Imagine o surgimento do Homo Sapiens, um ser evoluído com 10% da capacidade cerebral.
Imagine Colombo descobrindo a América.
Imagine D. Pedro I proclamando a independência às margens do Ipiranga.
Imagine Getúlio Vargas cometendo suicídio.
Imagine você, na condição de espermatozóide, penetrando um óvulo.
Imagine sua morte. Hoje, amanhã ou depois... quiçá daqui há vários anos.
Agora imagine o que vem depois.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ideologia; pra viver?

"Quem nunca foi Comunista até os 20 anos, não tem coração. Quem continua até depois dos 30, não tem cérebro."
Churchill


(Óbvio que nosso querido Churchill não é a melhor pessoa para falar cobre o comunismo - o verdadeiro comunismo -, mas encaro esta frase como útil para os dias atuais.)

Por tempos fui da esquerda extrema, me dizia comunista e queria uma revolução já! A camisa com a cara do Che era quase que uma segunda pele, boicote por minha parte de Coca-Cola e fast food. No coração, a bandeira vermelha tremulante, clamando por justiça aos menos favorecidos, contra os burgueses de merda e os calhordas da direita conservadora, morte aos yankees! A América Latina unida contra os porcos imperialistas! HASTA LA VICTORIA, SIEMPRE!!!

Mas aí a gente amadurece e começa a ver o mundo com outros olhos, que a coisa não é bem assim.

Por favor, caro leitor, não pense que me entreguei à direita, apenas vejo o mundo com os pés no chão. O problema não está no comunismo, mas no povo em si. Com um povo educado, consciente e civilizado, qualquer sistema socio-econômico daria certo. Se cada um seguisse à risca seu nicho na sociedade, estaríamos num mundo diferente e bem melhor.

Hoje o marxismo não passa de algo utópico. Convenhamos: Stálin soube perfeitamente como cagar o pau. Hoje ficamos apenas no "e se..." do Trótsky, mas aí são outros quinhentos. Todo revolucionário sonha numa sociedade igualitária, sem classes, mas sonha chegar a essa sociedade estando no poder. Muitos querem ser um Fidel, mas poucos querem ser um cubano.

O problema é que todo dia tem um iPod novo no mercado, o capitalismo oferece luxos que acabam seduzindo a pessoa. A necessidade do consumismo nos é imposta quando ainda somos crianças e mal temos consciência do mundo, tudo o que importa é ter aquele brinquedo do desenho animado.

Por favor, não pense que sou um Reinaldo Azevedo da vida, exerço minha consciência política como posso: através do voto. É claro que nenhum político é santo, aliás, ninguém é honesto 100% a vida toda, todos acabamos nos corrompendo em algum momento, seja ultrapassando o sinal vermelho ou furando a fila. Meu avô costumava dizer que todo homem tem seu preço (mas que ninguém nunca havia chegado ao dele).

Hoje tenho plena consciência que o presente e futuro já estão dominados pelo capitalismo, que do sonho comunista resta o discurso de alguns intelectuais barbados discutindo Marx enquanto saboreiam seu Chivas 12 anos.

Quanto a mim? Bem, vou pensando na conta para pagar amanhã e me programando para o próximo final de semana.


(Meus heróis morreram de overdose e meus inimigos estão no poder)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Orgulho. Orgulho?

O silêncio incômodo. Palavras jamais ditas sepultadas no vácuo. Um cinzeiro, uma mesa e uma troca de olhares os separavam.

Tinha a expressão de quem estava entalado, prestes a falar algo, mas alguma coisa segurava sua voz. Talvez o receio, o sentimento de culpa jamais expressado, ou apenas o orgulho bobo de quem prefere deixar um amor escapar a dar o braço a torcer.

Meia carteira de cigarro e alguns minutos depois finalmente se falaram.

"Tchau, boa noite."
"Tchau."

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Carta ao vazio

Acendo um cigarro e tomo um gole da minha cerveja quente. Sinto o gosto amargo em minha boca, não da cerveja, mas do vazio que você me deixou.

Perco-me nos afagos de seios comprados, tentando substituir seu amor por prazeres efêmeros, vulgares. O cheiro das lembranças ainda resta na cama que já nos pertenceu.

Ao te ver, finjo que não conheço, que está tudo bem. Até faço a barba. Eu te amo, mas também te odeio. Nos cruzamos e o silêncio toma lugar de palavras jamais ditas, de desculpas jamais pedidas.

Segredos trocados, confidências feitas, promessas jamais cumpridas. Uma eternidade que durou tão pouco. Um barzinho e um violão tocando a nossa música, a dor no peito que esmaga minh'alma, recordando da conversa que não tivemos, dos filhos não fizemos, da casa que não construímos, da história que não vivemos.

domingo, 5 de junho de 2011

Preconceito?

Um grande problema dos brasileiros é o preconceito. Sim, caro leitor, devemos admitir: o brasileiro, por mais hipócrita que seja, é preconceituoso. Não é uma hashtag nos TTs que vai mudar isso. O que se deve é apenas manter o respeito, mesmo que aparentemente.

Ninguém deve tolerar ninguém, uma vez que somos iguais perante a constituição, deve-se manter apenas o bom convívio. Tolerância a negros, gays, pessoas de outras crenças religiosas chega a ser um tipo de preconceito ainda pior. Acho que o termo "tolerância" se aplica a um ser supostamente superior que aceita a existência de outro ser supostamente inferior.

Houve um grande avanço na sociedade brasileira quando a comunhão de bens de parceiros do mesmo sexo entrou na constituição. Agora os gays podem se casar e coisa e tal. Sou altamente a favor da adoção de crianças por casais gays também.

O foda de alguns gays, sem generalização, é que acham que podem tudo por serem gays, pois se alguém chegar e disser não, estará automaticamente taxado como homofóbico. Por exempro, há uma placa "não pise na grama", a pessoa vai lá e pisa, se chega um guarda e pede para que a pessoa se retire, logo fala: "Por quê? Só por que sou gay? Isso é homofobia!". Hoje em dia ser considerado homofóbico ou racista é pior que ser considerado gay.

Gays não são gays, negros não são negros, somos apenas pessoas, humanos. Todos temos medos, amamos, desejamos, erramos e acertamos. Agredir outro ser apenas por uma diferença tão besta chega a ser brutal.

Enfim, sei nem por que escrevi essa porra, sei que não vai mudar o mundo mesmo. Acho que é só pelo narcisismo de expressar minha opinião mesmo.

P.S.: Show do Otto fantástico, perfeito demais!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Otto e Nação Zumbi em Fortaleza, quer coisa melhor?

Dia 4 de junho (sábado), ocorrerá o Farra na Casa Alheia e, em comemoração aos 10 anos, contará com a presença do cantor pernambucano Otto e do grupo Nação Zumbi.

Otto, que começou sua carreira como percussionista da Nação Zumbi, é um dos mais talentosos músicas da atualidade.

Seu último álbum, "Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranqüilos", foi bastante aclamado pela crítica, uma verdadeira obra de arte. O álbum conta com músicas fortes, dando um destaque especial a "Crua" e "6 Minutos", onde num show de interpretação o cantor expressa a dor de amores perdidos. Outro destaque é a música "Naquela Mesa", composta por Sérgio Bittencourt e ficando mais conhecida pela voz de Nelson Gonçalves, num arranjo inovador e marcante.Um show imperdível para quem gosta de boa música.

O evento acontecerá na Barraca Biruta, a partir das 22h, com ingressos no primeiro lote a R$30 (pista) e R$50 (área VIP).

terça-feira, 17 de maio de 2011

Porcelana

Por ser cama
Por ser chama
Por ser fama
Por ser lama
Por ser Ana
Por semana
Porcelana
Pelo ser que ama

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pensamentos Alheios

De repente é começo de tarde, aquela chuvinha gostosa e aquele friozinho preguiçoso. O cheiro das ruas molhadas, as pessoas procurando abrigo onde possam ficar secas. O ponto alto do dia, talvez da semana.

Colocamos o Carpe Diem no liquidificador junto com álcool, sexo e o final de semana. Engulimos tudo sem nem ao menos sentir o gosto.

As pessoas não querem ficar velhas, mas querem que a semana passe logo para que o final de semana chegue e logo em seguida reclamam que o ano está passando rápido demais, já estamos perto de maio e que do carnaval para a semana santa foi um pulo.

Nos acostumamos a ver o mundo e a não observá-lo. Caminhos automático, casa-escola-casa ou casa-trabalho-casa. Cruzamos com as mesmas pessoas no ônibus quase todos os dias, quase que religiosamente, lembramos seus rostos mas sequer nos perguntamos seus nomes. "Apenas mais um na multidão". Vemos o mundo por nossos olhos e jamais imaginamos como seria ver o mundo pelos olhos de outra pessoa.

Vamos supor que sua vida seja um filme. O estranho, colega de ônibus, não passa de um figurante, que não consome mais que alguns curtos instantes. Geralmente são insignificantes para a sua história, apenas estranhos.

Esquecemos apenas que nós somos os insignificantes para a história deles.

domingo, 24 de abril de 2011

Matrix

A cada dia, a cada hora, a cada minuto que passa me sinto cada vez mais dentro da Matrix. Sinto estar seguindo o Coelho Branco, prestes a tomar a pílula vermelha. Mas eis a questão: é possível ser feliz conhecendo a própria insignificância perante o Universo, longe de bugigangas do dia-a-dia que a mídia nos empurra goela abaixo que temos que comprar?

Sabemos que há algo lá fora. Não sabemos o quê. Simplesmente podemos sentir que tem uma coisa estranha no mundo. Não falo do Aquecimento Global ou da criminalidade aumentando cada vez mais, a violência faz parte da natureza do ser humano. Falo de outra coisa. Quando olhamos os livros de biologia e de história, quando olhamos pela janela do quarto. Quando vemos algo todo dia isso acaba se tornando tão banal que não prestamos atenção.

Há uma caverna e há as sombras do mundo exterior dentro dela. Mas eu te pergunto... e daí? Fique onde está. Ignorância é a mais absoluta forma de felicidade. Não falo para ofender, mas fique com a pílula azul, no fim todos vamos morrer, mais dia ou menos dia, isso é inevitável. Torne os momentos antecedentes à morte suportáveis, beba, drinque, engula sua hipocrisia. Ser feliz é o que importa.

Nada pior que reconhecer que você não passa de um nada, que o mundo não passa de porra nenhuma, que, como já diria o Dr. Manhattan, a Terra poderia acabar agora que o Universo não sentiria falta.

Um conselho? Não pense. Apenas encha sua vida com porcarias inúteis e fúteis para que, quando for apenas um moribundo, possa dizer: "pelo menos eu curti".

Mas nada pior que uma noite de insônia, quando você observa o teto do seu quarto e começa a pensar. E pensa. E pensa. E pensa. E pensa. Maldito seja o pensar. De repente você tem noção de que tudo não passa de distração enquanto espera-se a morte. Você percebe que os dogmas da Igreja são mentirosos, que Deus não existe, que certo e errado são altamente relativos. E pensa mais. E pensa mais e mais e mais.

E pensando percebe que não há "sentido da vida", que somos obra do mero acaso, que simplesmente evoluímos até aqui. Eis o magnífico Homo Sapiens!

E você continua pensando. E pensando descobre que a vida não se resume em ter o nome de um cara no elástico da tua cueca. Que a sociedade nos fabrica como a merda ambulante prestes a consumir e consumir e consumir e consumir e consumir. Foda-se Max Steel, foda-se Calvin Klein!

Faça um favor a si mesmo e engula a maldita pílula azul. Não adianta chorar pelo leite derramado, muito menos acreditar em Papai Noel apenas para ganhar presente de Natal no fim do ano.

Enquanto isso, continuo pensando e pensando e pensando e escrevendo e escrevendo e escrevendo...

"Empanturro-me de todas as drogas da solidão; as do mundo foram fracas demais para me fazer esquecê-lo." - Cioran

sábado, 23 de abril de 2011

Hipocrisia, amiga conhecida...

Tenho uma teoria: de que todo ser humano é hipócrita. Uns mais que os outros, óbvio. Agora, puta que merda, tem gente que exagera nisso!

Outro dia, lá estava eu, lindo e feliz acessando meu facebook, quando vejo algo no mural de uma menina, tipo "cole isso no seu mural em respeito às vítimas de câncer e blá-blá-blá". Não vou nem tão longe... e quanto às pessoas que colocaram uma flor no subnick do msn por causa das vítimas de Realengo?

Bem, não é que eu seja uma pessoa fria, mas simplesmente não consigo forçar esse tipo de coisa, sabe? Essa galera que não se importa, mas se acha moralmente obrigada a expressar que lamenta uma tragédia me dá certo tipo de náusea.

A pior das "hipocrisias virtuais", porém, é quando aquela patricinha que se diz católica - que é bem rodada, por sinal - posta no orkut uma foto de crianças subnutridas da Etiópia passando fome e coloca como legenda: "enquanto você faz dieta para emagrecer, eles não tem o que comer". Essa, sem dúvida, é a pior hipocrisia.

Algo que acho bem ridículo também é quando um cristão quer te forçar a participar de correntes por orkut/twitter, dizendo que todo mundo da RT em piadas mas ninguém o faz quando é a "palavra de Deus". Cara, eu sou ateu, não sinto obrigação nenhuma de repassar mensagens que não acredito. Aliás, a vontade que me dá é de trollar, mas enfim, sou um rapaz educado.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pedro Sombra, prazer.

Quando alguém nos pergunta o que fazemos da vida, geralmente temos uma resposta pronta, automática. Eu tenho algumas, por exemplo: "sou estudante", "vou à escola, mas só pelo ar condicionado", ou, uma das minhas preferidas, "estudo, mas sou blogueiro!". Bem, quanto a esta última, definitivamente, sou um blogueiro. Talvez isso explique o fato deste ser meu vigésimo blog.

A diferença desse para os demais, além de título, layout etc, é o tema: altamente pessoal. Simplesmente o fantástico mundo de Pedro Sombra.

Sombra é um nome incomum, confesso. Quando preencho fichas, perguntam se é meu nome mesmo ou se é apenas um apelido. Não, meu caro companheiro, é meu nome mesmo. Sombrinha para os íntimos. Uma vez até disseram que eu devia ter uma família bem sombria. Sorri por educação, trocadilho mais sem graça. Não que eu fique puto por bobagens, mas é que foi sem graça mesmo. Aliás, sei nem por que comentei isso.

Ok, estou escrevendo esse texto avulso só para "inaugurar" o blog, mas pelo menos você pode ir conhecendo um pouco do ilustre autor (eu) antes de nunca mais voltar. Tenho 18 anos, faço pré-vestibular e sou fortalezense, nordestino com muito orgulho, macho véi!

Geralmente, quando me perguntam o que quero ser, digo jornalismo. É uma dessas respostas prontas. Mas, como em qualquer pessoa que faça o terceiro anos, eis-me aqui em dúvida. Jornalismo ou Ciências Sociais? Escrever num jornal ou dar aula? Não me imagino como professor, sei lá, sou tão lost em sala de aula, durmo na maioria das vezes. Não, nem sou nem nunca fui um aluno exemplar.

Comida preferida? Sushi, talvez um prato lá do Côco Bambu que me esqueci o nome. Bebida preferida? Com certeza é cerveja, Stella Artois, de preferência. Filme preferido? Difícil, essa... curto muito os filmes do Tarantino, mas se eu fosse ter que escolher algum, assim como todo pseudo-cult da atualidade, escolheria Fight Club (minha atual fase baseia-se em: "ter o nome de um cara no elástico da cueca não é tudo na vida"). Música? Curto muito Chico Buarque, Engenheiros do Hawaii, Abbey Road dos Beatles, um sambinha de roda e se bobear até um pagodezinho para descontrair. Visão política? Bem, sou de esquerda, gosto muito do PT apesar do enorme preconceito de algumas mentes que pegam emprestado a opinião do Reinaldo Azevedo e cia. Já quando se trata de futebol, apesar das dificuldades, tem nem o que questionar: Fortaleza Esporte Clube, minha única paixão!

E só não falo sobre religião porque enfim, né, meu povo? Cada um tem a sua.