sexta-feira, 10 de junho de 2011

Carta ao vazio

Acendo um cigarro e tomo um gole da minha cerveja quente. Sinto o gosto amargo em minha boca, não da cerveja, mas do vazio que você me deixou.

Perco-me nos afagos de seios comprados, tentando substituir seu amor por prazeres efêmeros, vulgares. O cheiro das lembranças ainda resta na cama que já nos pertenceu.

Ao te ver, finjo que não conheço, que está tudo bem. Até faço a barba. Eu te amo, mas também te odeio. Nos cruzamos e o silêncio toma lugar de palavras jamais ditas, de desculpas jamais pedidas.

Segredos trocados, confidências feitas, promessas jamais cumpridas. Uma eternidade que durou tão pouco. Um barzinho e um violão tocando a nossa música, a dor no peito que esmaga minh'alma, recordando da conversa que não tivemos, dos filhos não fizemos, da casa que não construímos, da história que não vivemos.

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