domingo, 31 de março de 2013

Mais amores, por favor!

 há menos amores
 amenos amores

 ao menos, amores

café




                                          para ver se o tempo passa

                                                                 em passos menos curtos


                                                                                            vou passar um café


fugere urbem

multidões indiferentes atrevessando a calçada
tristezas salientes no olhar de pessoas bem arrumadas
pausa no expediente
para tomar um café com torrada

acendo meu cigarro
e observo
buzinas de carro
me preservo

terça-feira, 12 de março de 2013

Devaneios de uma madrugada tediosa.

Sinto saudade de quando a minha única preocupação era não perder o filme do Batman que passaria na Globo. Olho para trás e penso no garoto cheio de potencial que eu costumava ser; olho para frente e tenho medo de me tornar um desses hippies que vivem no Dragão do Mar pedindo dinheiro aos outros. “Crescer” não é bonito, é sujo. A consciência de como é o “mundo real” vem junto com o sentimento de nojo que é viver nele.

Posso dizer que algumas pessoas mudaram a minha vida. Sei que há gente que realmente gosta de mim, mas pergunto-me quem sentiria minha falta daqui a dez anos se eu morresse hoje, se eu ainda seria lembrado. Sei que quando eu morrer nada disso importará, mas é um pensamento que ainda assim me incomoda.

Às vezes a minha vontade é de jogar tudo para o alto. Nunca consegui imaginar como seria minha vida daqui a 5 anos, mas vejo-me infeliz. Tenho a impressão de que estou vivendo os melhores dias da minha vida: isso me entristece mais ainda. Só temos uma vida, se esses forem os melhores dias da minha existência, pergunto-me se vale mesmo a pena viver.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Linhas tortas.

Eu gostaria de ter um navio pirata. Quando as velas do Mucuripe saíssem para pescar, o meu navio sairia para saquear cidades e buscar tesouros. Por enquanto, vou imaginando que o balanço do ônibus é o balanço do mar.