sábado, 31 de março de 2012

Ter. Tive.

Quando o verbo fica no passado, e no passado ficam os bons momentos. As lembranças que sobraram simplesmente dilaceram o dia-a-dia. O cigarro já no filtro e o uísque barato já no fim, a manhã rasgando a madrugada e o botequim fechando.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Bailarina

Ela tem raiva e alegria
Entre piruetas e coupés
Um sorriso de poesia
Ela só quer viver
Não é mais criança
É quase uma mulher
Dança, dança e dança...
Dança na ponta do pé

segunda-feira, 12 de março de 2012

Nem melhor, nem pior.

Não sou melhor do que você. Não sou pior do que você. Simplesmente sou o que sou e o que tenho que ser. Cumpro algumas obrigações e tento curtir um pouco no final de semana.

Não julgo as pessoas pelo que fazem ou o que pensam, cada um possui uma história e a conhece, cada um tem motivos de ser como é. Não sou um porra louca que "tenta provar a todo mundo que não precisa provar nada a ninguém", simplesmente vou vivendo, arcando as consequências dos meus erros e dos meus acertos. Única reputação que importa, para mim, é para com meus amigos - os verdadeiros, uns dois ou três -, o resto é resto.

Não sou nenhum Gandhi, não sou perfeito. Sipá, tenho mais defeitos que qualidades. Mas não fico por aí distribuindo receitas de felicidade e verdades absolutas sobre moral. Não tento fazer que todos pensem como eu para que o mundo seja um lugar melhor na minha concepção. Tenho uma idéia, se eu puder discutir e vender meu peixe, tá ótimo. Senão, nada melhor que uma discussão para amadurecer uma idéia. Não sou o detentor da razão.

Um crime na tevê. Uma mãe chorando o sangue do filho na calçada. Um repórter sensacionalista vendendo a desgraça alheia. E assim caminha a humanidade.


sábado, 10 de março de 2012

Às vezes tudo, às vezes nada.

Às vezes me sinto preso, às vezes me sinto livre. Às vezes simplesmente não sinto nada, só quero sair dirigindo pela madrugada e passar dos 120km/h, beber uma cerveja, acender um cigarro e pensar no dia que tive.

Às vezes penso em largar tudo, faculdade, casa, família, pegar um ônibus e me mandar para o mais longe possível. Às vezes só quero um pedaço do bolo de limão que a minha mãe faz e não sair de baixo do meu lençol em dias de chuva.

Às vezes quero o mundo, uma Ferrari e uma mansão em Malibu; às vezes só quero uma casa de pescador na beira da praia, passar o dia escrevendo poesia, uma fianga no alpendre e uma cerveja antes do almoço.

Às vezes penso que jamais vou casar, de como é boa a vida de solteiro; às vezes penso em encontrar um verdadeiro amor, ter dois filhos e um cachorro.

Às vezes quero tudo, às vezes quero nada. Só não quero meios-termos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Só mais um texto meloso.

Sou capaz de escrever uma história de amor; escrevo que quero uma história de amor. Mas, para falar a verdade, não sei bem o que é isso. Não é que eu seja incapaz de me apaixonar, simplesmente tenho medo: das responsabilidades, das decepções, das inseguranças. Alguns diriam que ter medo de amar é ter medo de viver, mas acontece que não se acha um amor em qualquer esquina.

Nunca vivi, de fato, um romance de novela das oito, desses que acontecem mil e um conflitos para que, no final, dê tudo certo. Eu sei, eu sei, já disse antes que sou inimigo dos finais felizes e blá, blá, blá. Mas que seja - com o perdão do clichê - eterno enquanto dure.

Todo mundo tem que viver um amor. Uma traição. Uma decepção. Fazer sacrifícios por alguém que goste. Pelo menos tenho certa vontade de fazer isso, fazer isso da maneira correta. Amar alguém de verdade e, quem sabe, até ser amado. Meio contraditório, eu sei.

Pensando bem, acho que sou mesmo um romântico. Que posso fazer? Ninguém é perfeito.

domingo, 4 de março de 2012

O amor é egoísta;

O amor é egoísta, não aceita compartilhar. Possessivo, não aceita olhares de desconhecidos. Ele é ciumento, cruel, te machuca. Onde há amor, não há sanidade. Quatro paredes podem se tornar um ninho de paixão, bem como um sanatório.

Quero para mim um pouco dessa loucura, saborear desse veneno como quem saboreia um copo de água gelada depois da sede; beber tudo num gole rápido e ainda pedir mais.

Quero passar o domingo assistindo as comédias românticas que odeio do lado de alguém, fazer uma pipoca, um brigadeiro e um suco de laranja. Reclamar de ter perdido o jogo do Corinthians e rir de piadas bestas.

Só quero um amor para chamar de meu, uma história para chamar de nossa.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Desejo

Quero estar ao seu lado
Quero viver a ousadia
O risco de um beijo roubado
Um amor de poesia

Quero sentir teu gosto
Teus lábios nos meus
Acariciar teu rosto
Escondido de Deus

Quero te sentir, te abraçar
Não temerei o inferno
Se for pecado te amar
Que me prendam a ferro

Continuarei te amando
Mesmo que sofrendo
Meu coração sangrando
Sem achar remendo