segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ideologia; pra viver?

"Quem nunca foi Comunista até os 20 anos, não tem coração. Quem continua até depois dos 30, não tem cérebro."
Churchill


(Óbvio que nosso querido Churchill não é a melhor pessoa para falar cobre o comunismo - o verdadeiro comunismo -, mas encaro esta frase como útil para os dias atuais.)

Por tempos fui da esquerda extrema, me dizia comunista e queria uma revolução já! A camisa com a cara do Che era quase que uma segunda pele, boicote por minha parte de Coca-Cola e fast food. No coração, a bandeira vermelha tremulante, clamando por justiça aos menos favorecidos, contra os burgueses de merda e os calhordas da direita conservadora, morte aos yankees! A América Latina unida contra os porcos imperialistas! HASTA LA VICTORIA, SIEMPRE!!!

Mas aí a gente amadurece e começa a ver o mundo com outros olhos, que a coisa não é bem assim.

Por favor, caro leitor, não pense que me entreguei à direita, apenas vejo o mundo com os pés no chão. O problema não está no comunismo, mas no povo em si. Com um povo educado, consciente e civilizado, qualquer sistema socio-econômico daria certo. Se cada um seguisse à risca seu nicho na sociedade, estaríamos num mundo diferente e bem melhor.

Hoje o marxismo não passa de algo utópico. Convenhamos: Stálin soube perfeitamente como cagar o pau. Hoje ficamos apenas no "e se..." do Trótsky, mas aí são outros quinhentos. Todo revolucionário sonha numa sociedade igualitária, sem classes, mas sonha chegar a essa sociedade estando no poder. Muitos querem ser um Fidel, mas poucos querem ser um cubano.

O problema é que todo dia tem um iPod novo no mercado, o capitalismo oferece luxos que acabam seduzindo a pessoa. A necessidade do consumismo nos é imposta quando ainda somos crianças e mal temos consciência do mundo, tudo o que importa é ter aquele brinquedo do desenho animado.

Por favor, não pense que sou um Reinaldo Azevedo da vida, exerço minha consciência política como posso: através do voto. É claro que nenhum político é santo, aliás, ninguém é honesto 100% a vida toda, todos acabamos nos corrompendo em algum momento, seja ultrapassando o sinal vermelho ou furando a fila. Meu avô costumava dizer que todo homem tem seu preço (mas que ninguém nunca havia chegado ao dele).

Hoje tenho plena consciência que o presente e futuro já estão dominados pelo capitalismo, que do sonho comunista resta o discurso de alguns intelectuais barbados discutindo Marx enquanto saboreiam seu Chivas 12 anos.

Quanto a mim? Bem, vou pensando na conta para pagar amanhã e me programando para o próximo final de semana.


(Meus heróis morreram de overdose e meus inimigos estão no poder)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Orgulho. Orgulho?

O silêncio incômodo. Palavras jamais ditas sepultadas no vácuo. Um cinzeiro, uma mesa e uma troca de olhares os separavam.

Tinha a expressão de quem estava entalado, prestes a falar algo, mas alguma coisa segurava sua voz. Talvez o receio, o sentimento de culpa jamais expressado, ou apenas o orgulho bobo de quem prefere deixar um amor escapar a dar o braço a torcer.

Meia carteira de cigarro e alguns minutos depois finalmente se falaram.

"Tchau, boa noite."
"Tchau."

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Carta ao vazio

Acendo um cigarro e tomo um gole da minha cerveja quente. Sinto o gosto amargo em minha boca, não da cerveja, mas do vazio que você me deixou.

Perco-me nos afagos de seios comprados, tentando substituir seu amor por prazeres efêmeros, vulgares. O cheiro das lembranças ainda resta na cama que já nos pertenceu.

Ao te ver, finjo que não conheço, que está tudo bem. Até faço a barba. Eu te amo, mas também te odeio. Nos cruzamos e o silêncio toma lugar de palavras jamais ditas, de desculpas jamais pedidas.

Segredos trocados, confidências feitas, promessas jamais cumpridas. Uma eternidade que durou tão pouco. Um barzinho e um violão tocando a nossa música, a dor no peito que esmaga minh'alma, recordando da conversa que não tivemos, dos filhos não fizemos, da casa que não construímos, da história que não vivemos.

domingo, 5 de junho de 2011

Preconceito?

Um grande problema dos brasileiros é o preconceito. Sim, caro leitor, devemos admitir: o brasileiro, por mais hipócrita que seja, é preconceituoso. Não é uma hashtag nos TTs que vai mudar isso. O que se deve é apenas manter o respeito, mesmo que aparentemente.

Ninguém deve tolerar ninguém, uma vez que somos iguais perante a constituição, deve-se manter apenas o bom convívio. Tolerância a negros, gays, pessoas de outras crenças religiosas chega a ser um tipo de preconceito ainda pior. Acho que o termo "tolerância" se aplica a um ser supostamente superior que aceita a existência de outro ser supostamente inferior.

Houve um grande avanço na sociedade brasileira quando a comunhão de bens de parceiros do mesmo sexo entrou na constituição. Agora os gays podem se casar e coisa e tal. Sou altamente a favor da adoção de crianças por casais gays também.

O foda de alguns gays, sem generalização, é que acham que podem tudo por serem gays, pois se alguém chegar e disser não, estará automaticamente taxado como homofóbico. Por exempro, há uma placa "não pise na grama", a pessoa vai lá e pisa, se chega um guarda e pede para que a pessoa se retire, logo fala: "Por quê? Só por que sou gay? Isso é homofobia!". Hoje em dia ser considerado homofóbico ou racista é pior que ser considerado gay.

Gays não são gays, negros não são negros, somos apenas pessoas, humanos. Todos temos medos, amamos, desejamos, erramos e acertamos. Agredir outro ser apenas por uma diferença tão besta chega a ser brutal.

Enfim, sei nem por que escrevi essa porra, sei que não vai mudar o mundo mesmo. Acho que é só pelo narcisismo de expressar minha opinião mesmo.

P.S.: Show do Otto fantástico, perfeito demais!