domingo, 29 de janeiro de 2012

Coisas da vida.

Havia chovido no fim da tarde, o que fazia daquela noite especialmente agradável, pois o cheiro de chuva se mantinha no ar. Parecia mais um sábado qualquer, quando o tédio bate e você não tem outra opção a não ser ir ao mesmo lugar de sempre, beber com seus amigos e jogar conversa fora.

E lá estava eu, naquele antro de pessoas "alternativas", pessoas de preto e com camisas de banda de rock. Por falar nisso, eu estava com a minha camisa do Matanza. Foi lá que eu a conheci. Ela não estava com uma camisa de banda de rock, mas uma camisa xadrez. Tinha uma pele clarinha, que dava um contraste bonito com seus cabelos muito pretos. Mas o que havia me chamado mesmo a atenção eram aqueles olhos. Ela possuía grandes olhos bonitos, um sorriso desses que te prende. Comprei uma cerveja, dei uns goles, tomei coragem e me aproximei.

Mas o que diabos eu iria falar? Pensei rápido. Tirei minha carteira de Marlboro e perguntei a ela se tinha fogo. Ela tirou um isqueiro Bic azul do bolso e me deu. Trocamos olhares, ela sorriu, eu sorri enquanto dava uma tragada no meu cigarro. Devolvi o isqueiro. Puxei assunto. Entre uma cerveja e outra, nos conhecemos.

Os cigarros dela acabaram, ofereci do meu. Nos sentamos. Tínhamos gostos em comum, gostávamos dos mesmos filmes, das mesmas músicas, torcíamos para o mesmo time.

No fim, descobri que também gostávamos do mesmo tipo de mulher.

Comprei outra cerveja, dei um belo gole e pensei: "que desperdício, meu Deus!".

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sou um chato.

Por vezes tenho a necessidade de expressar o que penso. Sou vaidoso, gosto que prestem atenção no que digo e que me dêem razão. Se alguém discorda, fico feliz, posso debater a idéia e amadurecer minha opinião. Se alguém me respeita e me admira por algo que digo, eu desprezo. Se alguém me provoca, provoco de volta.

Quero escrever o que penso; e escrevo! Quero provocar as mais variadas sensações nas pessoas, tirar uma lágrima, um meio sorriso no canto da boca, uma ponta de revolta. Quero incomodar a todos que estão ao meu redor. Não é por nada que eu digo: sou um mestre na arte da inconveniência.

E se você gosta de finais felizes, não leia meus textos. Sou o inimigo dos finais felizes, o vilão das donzelas em perigo, o dragão que guarda o castelo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Quando simplesmente não há o que dizer;

Quando o silêncio é a melhor solução dentre as palavras incertas e o simples olhar já diz tudo o que é preciso. Economiza-se a saliva que poderia ser usada num beijo, com línguas entrelaçadas. Nojento, sem sentido, gostoso.

Palavras, pessoas, sentimentos.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Ordem e outras coisas.

Em algum momento da escala evolutiva, alguns animais que formavam grupos possuíam mais chances de sobreviver. E assim foi com os humanos.

Entre a pré-história e a história houve uma sociedade primitiva, na qual imperava o coletivismo. Cada um tinha seu nicho no grupo. Era uma sociedade patriarcal, que, como a própria espécie, passou a evoluir. De repente havia um líder na sociedade, alguém que comandava o grupo e determinava funções.

Em algum ponto ficou claro que a sociedade precisaria de disciplina e uma autoridade rígida para manter a ordem. E o nicho que cada pessoa tinha passou a ser mercadoria de troca. Em outro ponto da história nasceu o "dinheiro". Milhares de anos, séculos depois, eis o iPod.

Um leão não é violento, ele ataca sua presa pela comida e mantém o equilíbrio na cadeia alimentar e na ordem natural das coisas. O homem não "dominou o mundo" por ser mais forte que um leão, mas por ser adaptado o suficiente para criar uma faca de pedra, uma lança, um punhal, um revólver, uma metralhadora.

De repente a sociedade percebe que precisa de regras para que se mantenha a ordem. Leis. O ser humano é violento em sua natureza. Dente por dente, olho por olho. Para manter a ordem, eis a violência. Não apenas a física, mas a moral, aquela capaz de tirar a dignidade da pessoa. Claro que dignidade e moral são conceitos modernos; que nós, humanos, já fomos mais truculentos, basta ver a história, mas tente acompanhar meu raciocínio.

A violência faz parte de cada um de nós. Está em nosso gene. Basta uma oportunidade, um dia ruim, para que um Dalai Lama se transforme num Mr. Hyde. A violência faz parte da ordem e do equilíbrio da sociedade, bem como o medo. O medo é um de nossos principais aliados na seleção natural. Pois com o medo vem o instinto de auto-preservação, eis, por vezes, a necessidade da violência.

Na sociedade moderna, a ordem se estabelece no caos que nós mesmos criamos. Ela se molda e se adapta. E você me pergunta: "que caos?". Aqui no Ceará, a Polícia Militar entrou em Greve por poucos dias. O Governador decretou estado de emergência e o exército teve que intervir pela segurança da população, o que não quer dizer grande coisa, mas é melhor do que nada: arrastões e delitos aumentaram consideravelmente, no qual marginais andavam armados em plena luz do dia, o comércio fechado e as ruas desertas.

Deste caos que estou falando. O caos urbano em que o excesso de ordem e autoridade marginalizaram um grupo, dividindo-os em periferias e classes sociais que, fora do controle, é a cada dia mais necessária a presença de autoridade e "segurança" para proteger os "cidadãos de bem". A ordem não se trata de acabar com a violência, mas mantê-la sob controle.

A sociedade só será verdadeiramente civilizada quando não precisarmos mais de polícia, governo, autoridades e utopias. Quem sabe a humanidade continue evoluindo até chegar lá, quem sabe ela se destrua antes. De qualquer modo, não estarei lá para ver.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O Tempo.

Eu pensava que era besteira quando diziam que o tempo curava tudo. Mas aí o tempo passa e a distância mostra que é possível esquecer alguém. Não esquecer completamente, pois cada pessoa com que cruzamos na rua faz parte da nossa história e de quem somos, que dirá um grande amor, mas pelo menos paramos de pensar nela 24h por dia. O tempo pode não curar, mas alivia aquilo que já foi sentido.

Acho que uma paixão está curada quando vemos a pessoa com outro, feliz, e acabamos felizes por ela estar feliz. Esquisito? Acho que sim. É mais ou menos quando sorrimos ao vermos alguém sorrindo. Mesmo que aquele desejo, aquele beijo que não aconteceu, continue guardado no nosso íntimo. Resquícios de uma paixão morta.

A vida anda. E ter uma desilusão amorosa aos 16 ou 17 anos não é o fim do mundo, por mais que pareça. Quer queira, quer não queira, acabamos amadurecendo. Enxergamos a vida e as pessoas com outros olhos, talvez com mais sensatez. "Se eu tivesse dito isso naquela hora teria sido diferente", pensamos. "Talvez se eu tivesse me arriscado mais". Bate aquela vontade de voltar no tempo, mas acontece que aprendemos com nossos erros. E não há melhor professor que a vida.

Muito menos clichê maior que o amor.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Dicas de filme

Bem, primeiro post do ano e me deu uma vontade de postar uma lista de filmes que mudaram meu jeito de ver. Talvez vocês já tenham assistido alguns ou a maioria, mas então, aí vai...

- Os Edukadores (Die Fetten Jahre Sind Vorbei)
- O Albergue Espanhol (L'Albergue Espagnole)
- O Corte (Le Couperet)
- A Onda (Die Welle)
- Oldboy
- Sem Controle
- Cães de Aluguel (Reservoir Dog)
- Casablanca
- Fale com Ela (Hable con Ella)
- O Grande Ditador (The Great Dictator)
- Cidadão Kane (Citizen Kane)
- Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds)
- Árido Movie
- O Que É Isso, Companheiro?
- Batismo de Sangue
- Quero Ser John Malkovich (Being John Malkovich)
- Má Educação (La Mala Educación)
- Requiem Para Um Sonho (Requiem for a Dream)
- O Lutador (The Wrestler)
- O Quarto Poder (Mad City)

Enfim, estes são apenas uns dos poucos filme que me marcaram muito, depois eu posto mais alguns, que se eu fosse colocar todos de uma só vez, seria o resto do dia na frente do computador.