Sinto saudade de quando a minha única preocupação era não perder o
filme do Batman que passaria na Globo. Olho para trás e penso no garoto
cheio de potencial que eu costumava ser; olho para frente e tenho medo
de me tornar um desses hippies que vivem no Dragão do Mar pedindo
dinheiro aos outros. “Crescer” não é bonito, é sujo. A consciência de
como é o “mundo real” vem junto com o sentimento de nojo que é viver
nele.
Posso dizer que algumas pessoas mudaram a minha vida. Sei que há
gente que realmente gosta de mim, mas pergunto-me quem sentiria minha
falta daqui a dez anos se eu morresse hoje, se eu ainda seria lembrado.
Sei que quando eu morrer nada disso importará, mas é um pensamento que
ainda assim me incomoda.
Às vezes a minha vontade é de jogar tudo para o alto. Nunca consegui
imaginar como seria minha vida daqui a 5 anos, mas vejo-me infeliz.
Tenho a impressão de que estou vivendo os melhores dias da minha vida:
isso me entristece mais ainda. Só temos uma vida, se esses forem os
melhores dias da minha existência, pergunto-me se vale mesmo a pena
viver.
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