domingo, 18 de novembro de 2012
O melhor cigarro.
O melhor cigarro é aquele que você acende com o corpo ainda suado, as pernas trêmulas. Quando o sabor de outra pele ainda repousa em sua boca. Quando o tato dá lugar à razão, a mente está vazia e o coração acelerado. Um sorriso ofegante, dando cada tragada como se fosse única, mas sem pressa. Aquele momento em que você consegue esquecer que o mundo lá fora está desabando.
sábado, 17 de novembro de 2012
Busca.
Acendeu o primeiro cigarro da madrugada, guardou o isqueiro Bic no bolso e colocou para tocar um LP do Belchior. Soltou a fumaça pela janela do quarto, observando a rua sem movimento e buscando na memória boas lembranças para não se jogar do oitavo andar.
(Talvez o suicídio fosse mesmo a única grande questão filosófica)
(Talvez o suicídio fosse mesmo a única grande questão filosófica)
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Ainda somos e vivemos como nossos pais.
A experiência da esperança
A fé de uma nova utopia
Nas páginas amareladas de um livro velho
A poeira de uma antiga idéia
Nas barbas de um novo rosto
A morte do indivíduo
Paixão no lugar da razão
A fé de uma nova utopia
Nas páginas amareladas de um livro velho
A poeira de uma antiga idéia
Nas barbas de um novo rosto
A morte do indivíduo
Paixão no lugar da razão
domingo, 28 de outubro de 2012
Agora.
Quero te ter agora
Antes que a música acabe
Antes que o dia amanheça
Antes que o cigarro apague
Quero te ter agora
Enquanto ainda tenho vida
Enquanto ainda não estraguei tudo
Enquanto ainda te amo
Antes que a música acabe
Antes que o dia amanheça
Antes que o cigarro apague
Quero te ter agora
Enquanto ainda tenho vida
Enquanto ainda não estraguei tudo
Enquanto ainda te amo
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Palavras na areia.
A cada segundo que respiro me dói. Me dói por saber que já não te tenho, que não somos mais um, mas dois pedaços partidos e imperfeitos do que já foi um inteiro. Me dói não por guardar as más lembranças, mas por saber que os bons momentos já não são parte do presente. Não sentir tua falta não significa não sentir a falta do que vivemos.
Não é por orgulho, é por saber que já não vale mais a pena lutar por uma causa perdida, por mais romântica que a idéia pareça. Lutar por alguém que não sente o mesmo é ser um chato notório.
Não acredito que sejamos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos: que direito tenho eu de exigir que alguém me ame? Que direito tenho eu de exigir que alguém sacrifique sua felicidade pela minha?
São palavras na areia que o mar já levou.
Não é por orgulho, é por saber que já não vale mais a pena lutar por uma causa perdida, por mais romântica que a idéia pareça. Lutar por alguém que não sente o mesmo é ser um chato notório.
Não acredito que sejamos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos: que direito tenho eu de exigir que alguém me ame? Que direito tenho eu de exigir que alguém sacrifique sua felicidade pela minha?
São palavras na areia que o mar já levou.
sábado, 29 de setembro de 2012
Chicabom
Hoje, quando acordei, fui à cozinha beber água e acabei vendo uma caixa de Chicabom no congelador. Me veio ao paladar a lembrança do gosto do picolé, e à mente o sabor da minha infância. Dona Márcia, minha mãe, sempre comprava para mim uma caixa e deixava lá, guardada, para quando eu quisesse pegar.
Chicabom tem gosto de infância, bem como os bolos de chocolate que a minha avó fazia ou as deliciosas macarronadas que o meu pai preparava tão divinamente bem.
É engraçado como coisas banais para mim àquela época, hoje têm um significado de memória, que lembram quanto carinho eu tenho por aqueles tempos. São coisas que nos deparamos e pensamos: "poxa, eu adorava isso quando era criança!".
Outro dia eu estava passando os canais e vi no Telecine o filme dos Power Rangers. Movido por alguma força desconhecida, acabei assistindo, eu, um marmanjo com barba na cara e quase 20 anos nas costas. Recordei-me das brincadeiras que eu fazia nas escadas do antigo prédio em que morei, ou mesmo quando me mudei para o interior. Como era maravilhoso jogar bola na praça, debaixo da chuva, até que o vigia aparecesse para nos expulsar.
Mas se teve algo que marcou minha infância, provavelmente foi o segundo filme do Batman dirigido pelo Tim Burton, aquele em que aparecia o Pingüim e a Mulher-Gato. Perdi as contas de quantas vezes assisti aquele filme, fosse alugando em VHS (e tendo que rebobinar após assistir) ou quando passava na Sessão da Tarde. A cena do beijo da Mulher-Gato com o Batman e a morte do Pingüim, bem como aquele clima obscuro de Gotham, sempre estarão presentes na minha memória.
Acho que apesar dos pesares, minha infância do final dos anos 90 e começo dos anos 2000 até que foi boa.
(Não sei bem por que escrevi esse texto, mas tive que expressar de alguma forma o que senti quando vi a caixa de Chicabom no congelador).
Chicabom tem gosto de infância, bem como os bolos de chocolate que a minha avó fazia ou as deliciosas macarronadas que o meu pai preparava tão divinamente bem.
É engraçado como coisas banais para mim àquela época, hoje têm um significado de memória, que lembram quanto carinho eu tenho por aqueles tempos. São coisas que nos deparamos e pensamos: "poxa, eu adorava isso quando era criança!".
Outro dia eu estava passando os canais e vi no Telecine o filme dos Power Rangers. Movido por alguma força desconhecida, acabei assistindo, eu, um marmanjo com barba na cara e quase 20 anos nas costas. Recordei-me das brincadeiras que eu fazia nas escadas do antigo prédio em que morei, ou mesmo quando me mudei para o interior. Como era maravilhoso jogar bola na praça, debaixo da chuva, até que o vigia aparecesse para nos expulsar.
Mas se teve algo que marcou minha infância, provavelmente foi o segundo filme do Batman dirigido pelo Tim Burton, aquele em que aparecia o Pingüim e a Mulher-Gato. Perdi as contas de quantas vezes assisti aquele filme, fosse alugando em VHS (e tendo que rebobinar após assistir) ou quando passava na Sessão da Tarde. A cena do beijo da Mulher-Gato com o Batman e a morte do Pingüim, bem como aquele clima obscuro de Gotham, sempre estarão presentes na minha memória.
Acho que apesar dos pesares, minha infância do final dos anos 90 e começo dos anos 2000 até que foi boa.
(Não sei bem por que escrevi esse texto, mas tive que expressar de alguma forma o que senti quando vi a caixa de Chicabom no congelador).
domingo, 23 de setembro de 2012
Reticências.
Somos fruto das merdas que vivemos, amadurecemos com nossos erros e nossas decepções. No fim das contas Sartre tinha razão, o que importa é o que faremos com aquilo que fizeram de nós.
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