quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O imbecil.

Certa vez me chamaram de imbecil. E poucas coisas me afetaram tanto quanto isso. Talvez pelo momento, pela situação, pela pessoa, pela razão que fizeram de mim um completo imbecil.

O tempo passa. É, o maior clichê de todos: o tempo passa. Creio que consegui superar isso depois de me anestesiar com um carnaval bebendo e fazendo merda. Não fui um imbecil por algo que fiz, mas por algo que disse.

Hoje estou me considerando um verdadeiro imbecil com todas as letras gravadas na minha testa. Sou um imbecil por algo que fiz, que disse, mas principalmente por algo que senti. Algo que me deixei sentir mesmo sabendo que ia me foder no final.

Talvez eu seja emocionalmente imaturo, quiçá emocionalmente masoquista. Outro dia eu estava assistindo um filme, Quando Nietzsche Chorou (muito bom, por sinal), impossível não me identificar. Principalmente por uma frase que coube como uma luva em mim: amamos mais o desejar do que o objeto desejado.

Invento minhas paixões, procuro sarna para me coçar. Acho que até gosto de sofrer por amor. Esquisito, não? Creio que tenha relação com o fato de eu sempre me sentir só, me sentir carente até quando estou com alguém ao meu lado. Ou pelo fato de eu nunca ter vivido uma história de verdade.

Apego-me rápido às pessoas, mas na mesma velocidade eu me desapego. Não sou um imbecil apenas com quem eu gosto, mas também sou um imbecil comigo mesmo. Sei que tenho como consertar as coisas, mas acho que não vale à pena fazer isso quando você simplesmente passa a sentir indiferença pela pessoa, quando o desejar já perdeu a graça. Então eu me sinto não apenas um imbecil, mas também um filho da puta.

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