Enquanto meus passos ecoavam no enorme corredor, abri uma das portas. Uma especial, guardando uma das minhas lembranças preferidas. O cheiro de poeira e livros velhos encadernados em capas duras e de páginas amareladas. Aquilo me vinha à mente. Era meu esconderijo, atrás da estante de literatura francesa na biblioteca da escola.
A grande estante de metal era como se fosse uma muralha, meu castelo; Camus, Sartre, Molière, Dumas e Victor Hugo eram meus cavaleiros, soldados em alerta para me proteger ao menor sinal de perigo.
O toque findando o intervalo ecoava por toda a escola. A porta vermelha se fecha, sou tragado de volta à realidade. Apago meu cigarro. E continuo vivendo.
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