domingo, 1 de julho de 2012

Ônibus.

Estava cansado, o dia havia sido exaustivo e, para completar, o ônibus estava demorando mais que o normal. Vinte minutos esperando na parada e nada. Resolveu acender um cigarro, na segunda tragada o ônibus chega. Amaldiçoou por ter que apagar o cigarro que havia acabado de acender.

Subiu no ônibus junto com a meia dúzia de pessoas. Pegou o último assento vago. Na parada seguinte, entrou uma velha corpulenta e sentiu-se obrigado a ceder seu lugar. A senhora agradeceu, com um sorriso gentil e sem graça alguma. Sorriu de volta, com um sorriso mais sem sal ainda.

Quando criança, costumava imaginar que, quando andava de ônibus, era um pirata e o gigante de metal era seu navio. O balanço do ônibus era o balanço do mar, segurava-se nas barras de metal imaginando que voava segurando-se por uma corda da vela. Quando passava por um buraco, eram os canhões de um navio inimigo.

Agora as fantasias de criança não passavam de uma parte da sua infância, sua única fantasia era com a cama que o aguardava após um dia cansativo.

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